quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Um dia a casa vem abaixo...

Está a ser um dia como outro qualquer na redacção onde trabalho.


domingo, 18 de outubro de 2009

Televisão em movimento


A música de fundo é sem dúvida espectacular. No banco da frente, dois câmaras. No banco de trás, três jornalistas. Duas colegas da TDM. Todos juntos em reportagem. Acabadinhos de vir do palácio do Governo.

sábado, 10 de outubro de 2009

Entre a lua de Macau e a piscina dos sonhos



Ainda não é desta que há mini-saias. Lamento por mim e por vocês. Mais por vocês. Afinal de contas vejo este fogo-de-artífico de tecido reduzido todos os dias. Mas a culpa não é minha. Está esgotado. E-S-G-O-T-A-D-O. E quando uma coisa esgota em Macau é o sabe-se lá. Sabe-se lá quando. “No mole, soly”. Quando vão ter? “No mole i-Phone, soly. Waiting list.” Sim. Eu sei. Tinha comprado aquele em Zhuhai. Mas não é a mesma coisa. Parece muito mas não é. Funciona na perfeição. Tirando um par de coisas que me fazem falta. Incluíndo uma boa câmara. Soly, no mini-skilts fol now. Não vou andar por aí de máquina em punho a fotografar mini-saias e pernas desnudas. Tem de ser de soslaio.

Não há mini-saias mas há bolos lunares. Começou há coisa de uma semana o Festival da Lua. Há coisa de duas semanas comecei a ver coelhos. Em rotundas, avenidas, praças. Por todo o lado. Coelhos coloridos. Grandes. Pequenos. Muitos. Há coisa de um par de dias tive uma das experiências mais desagradáveis em termos de paladar. O bolo lunar. 月餅. Pinyin. Esse projecto de bolo. Mas vamos primeiro ao Festival da Lua. Acontece ao décimo quinto dia do oitavo mês lunar do calendário chinês. Quando a lua está cheia. Serve para comemorar a colheita do Verão. Celebrar o fim da ocupação mongol. E para destruir o estômago. Mas isto é apenas a minha opinião. Bolas. Ok. Estou a mentir. Vou citar-vos as sugestões da Time Out Hong Kong sobre o que fazer aos bolos lunares que ficaram por comer. 1 – Grind them into a mash and use them to stucco the cracks in your crappy apartment's walls. 2 – Mash them up and feed them to your baby – babies will eat ANYTHING. 3 – Soak them in LSD and sell them at parties. 4 – Use them to fuel your car. [A minha favorita] 5 – Dont worry. They will be gone by sunrise. Such is their way. Agora a tradução. Algo parecido com isto. 1 – Misture-os numa pasta e use-os como estuque para tapar as assustadoras fendas do seu apartamento. 2 – Faça um puré e alimente o bebé. Bebés comem QUALQUER COISA. 3 – Derreta-os com LSD e venda-os em festas. 4 – Use-os como combustível para o carro. 5 – Não se preocupe. Eles desaparecem com o nascer do sol. É a sina deles.

São horríveis. Mesmo horríveis. Aparentemente inofensivos. Simpáticos. Bonitinhos por fora. Que nem muffins do Starbucks. E na boca? Aaaaaarrrrghhhh. Horripilantes. Pastosos. Maçudos. Intragáveis. Com o extra da cereja no topo do bolo ser uma gema de ovo de pato no interior. O palato chorou. Ainda chora quando me lembro.

Mas nem tudo são lágrimas. O Festival da Lua é bonito. Ruas enfeitadas. Os tais coelhos coloridos. Frutos pendurados nos postes de iluminação. Lanternas acesas a flutuar nos lagos. Magotes de turistas a comprar... bolos lunares. Enfim. Mais agradável é a temperatura. Finalmente. Finalmente consegue-se respirar na cidade. Foram meses a fio de sufoco. Temperatura máxima constante nos 35 graus. Temperatura mínima raramente a baixar dos 29. Mais a puta da humidade que se entranha no corpo. Sempre gostei de calor. Mas 29 graus de temperatura mínima é dose. Difícil de suportar. Nesta altura está fresquinho. Fresquinho é a máxima a rondar os 32. A mínima a bater nos 25. A puta da humidade – desculpem lá a coisa mas não há cerimónias para a humidade – também desceu um pouco. Estou neste preciso momento a escrever no segundo andar do duplex. Janela aberta. Ar condicionado desligado. Mas no andar de baixo continuo a precisar do ar fresco da máquina para dormir. Durante toda a noite. O que faz qualquer conta de electricidade em Portugal parecer uma ninharia.

Vá lá que descobri um paraíso na ilha da Taipa para os dias de maior aperto. À distância de uma ponte e de um mini-bus gratuito. Pssssssstttt. Vou dizer baixinho. Segredo. Fica só para nós. É a piscina do Hard Rock. Um hotel no meio de um mega-complexo chamado City of Dreams. Daqueles onde tudo é possível. Pois bem. É possível estar refastelado numa espreguiçadeira de praia em cima de areia branca entre arranha-céus. Ter a piscina ali ao lado. Beber cosmopolitans dentro de água. Rodeado de palmeiras e boa música. Dar mergulhos e continuar a ouvir a música debaixo de água. É mesmo o máximo. Mas... pssssssssstttt. Não conte a ninguém. É que durante a semana somos meia-dúzia de gatos-pingados. Com desconto de 50 por cento. Sete euros e meio são pechincha para tamanho paraíso escondido nesta selva de cimento e gradeados que é Macau.

Por falar em pechinchas, voltei a Zhuhai. Esse submundo do falsificado de qualidade superior. Mais um quadro para dar cor às paredes. Uma réplica a óleo de um artista contemporâneo chinês. Yue Mijun – uma espécie de estilo 'Political Pop'. Um fora-de-série. O artista e quem fez a réplica. Em Zhuhai qualquer um é pequenote num quarto de brinquedos. É entrar numa loja. Perguntar pelo Miguel. Dar de cara com um chinês que fala português. Ser conduzido a uma sala secreta. E esbarrar em todas novidades do cinema e as séries de televisão mais recentes. É sair de lá com cinquenta filmes e vários pacotes de séries por poucas centenas de Yuans. Poucas dezenas de euros. É mandar a FNAC e a suposta política de preços baixos à merda.

O pacote de novas aquisições de Zhuhai incluí ainda uma t-shirt com uma chinesa ousada estampada. Não de mini-saia mas de vestido... ousado. Sempre é uma amostra do que por aqui anda. Enquanto escasseiam as fotos... ousadas.

Há muito mais para contar mas terei de ficar por aqui. Passei muito tempo sem escrever. Eu sei. Prometo mais para breve. Andei ocupado a pensar. A viver. A fazer um balanço de 30 anos. Recentemente celebrados em Macau. Tem algum significado fazer 30 anos? Não faço a mínima ideia. Tudo parece igual. Olho para trás e sorrio. Sorrio sempre e também choro às vezes. Deve fazer parte. Andar por aí ao sabor do vento sem destino tem dessas coisas. Um dia confessei padecer de obesidade afectiva. Recordar família e amigos à distância é sempre pesado. É quando a lágrima aparece. Da mais pura nostalgia. O relógio marca 03:57. Ainda vou a tempo de sair de casa e desejar os parabéns ao meu sobrinho. Coisas do fuso-horário. Tenho de descer a rua até à cabine telefónica mais próxima. Apanhar a família à hora de jantar. Mas isso nem custa tanto. Custa mesmo é estar ausente. Nos últimos dois anos telefonei-lhe de Paris. De Para Sempre Paris. Desta vez é de Macau.

É difícil amar à distância. Mas um dia alguém disse que o mundo é um lugar estranho.

* Crónica publicada no portal Observatório do Algarve a 12 de Outubro de 2009.

Festival da Lua, coelhos e Hard Rock

Coelho na Rua Francisco Xavier Pereira.

Mais um dos coelhos da Rua Francisco Xavier Pereira.

Tai-Chi no Tap Seac num destes dias de Festival Lunar.

Largo do Leal Senado em pleno Festival Lunar.

Arranha-céus do Hard Rock Macau.


A delícia do Hard Rock no City of Dreams.

Yue Mijun. Arte 'Political Pop'. Na parede cá de casa.

Camisola de Zhuhai e o vestido chinês.


Reportagens de olhos em bico!


A minha colega com o micro da concorrência. Não estava de mini-saia.

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O ambiente da conferência de imprensa. Mas atenção. Uma conferência de imprensa muito típica em Macau. Apanho com isto todos os dias.